A Fuvest, responsável pela organização do Vestibular da USP, divulgou oficialmente as listas de obras de leitura obrigatória que serão cobradas entre os anos de 2030 e 2033. A divulgação antecipada representa um marco importante no planejamento educacional de escolas, professores e estudantes que já projetam seus estudos a médio e longo prazo.
A nova definição amplia o diálogo entre diferentes tradições literárias, valoriza vozes historicamente marginalizadas e reforça o compromisso da Fuvest com a diversidade cultural. As listas trazem mudanças significativas, como a presença de autores indígenas, literatura asiática e o retorno das peças de teatro, ampliando o repertório exigido dos candidatos.
Segundo a própria Fuvest, a antecipação das listas tem como objetivo permitir uma organização pedagógica mais eficiente. Dessa forma, escolas e estudantes podem estruturar cronogramas de leitura mais consistentes, garantindo uma transição equilibrada entre os ciclos e mantendo a qualidade literária exigida pelo vestibular.
Principais novidades das listas de 2030 a 2033
Um dos pontos que mais chamam atenção nas novas listas é a inclusão inédita de autores indígenas e de uma obra da literatura asiática. Essa mudança representa um avanço importante na valorização da pluralidade cultural e na ampliação do cânone literário tradicionalmente cobrado em vestibulares.
Além disso, a Fuvest confirmou o retorno das peças de teatro como leituras obrigatórias. O gênero dramático, que havia ficado fora das listas por alguns períodos, volta a ocupar espaço central na formação literária exigida dos candidatos.
Autores indígenas e novas linguagens
A presença da obra “Originárias: uma antologia feminina de literatura indígena”, organizada por Trudruá Dorrico e Maurício Negro, marca um momento histórico. A coletânea reúne contos escritos por mulheres indígenas, trazendo narrativas que dialogam com ancestralidade, identidade e resistência cultural.
Outra inclusão relevante é o romance “Fantasmas”, de Daniel Munduruku, autor indígena amplamente reconhecido. A obra amplia o debate sobre memória, pertencimento e história, oferecendo aos estudantes uma perspectiva que foge dos padrões eurocêntricos tradicionais.
Graphic novel e diversidade de formatos
A Fuvest também mantém a aposta em formatos narrativos contemporâneos com a graphic novel “Beco do Rosário”, de Ana Luiza Koehler. A obra utiliza linguagem visual e textual para abordar temas sociais, históricos e identitários, exigindo do estudante uma leitura atenta e interpretativa.
A inclusão desse gênero reforça a importância da leitura multimodal, cada vez mais presente no cotidiano dos estudantes. O candidato precisa articular imagem e texto para compreender a narrativa, habilidade frequentemente exigida nas provas discursivas e objetivas.
Retorno do teatro às leituras obrigatórias
Após um período de ausência, o teatro volta a integrar as listas da Fuvest com obras consagradas da dramaturgia brasileira. O retorno do gênero amplia o repertório literário e reforça a necessidade de compreender textos pensados para encenação.
As peças exigem atenção especial à construção dos diálogos, aos conflitos dramáticos e às relações sociais retratadas, aspectos frequentemente explorados nas questões de literatura.
Obras teatrais confirmadas
Para os vestibulares de 2030 e 2031, a obra escolhida é “A moratória”, de Jorge Andrade. A peça retrata conflitos familiares e sociais no contexto da decadência da elite cafeeira paulista, oferecendo uma leitura crítica da história brasileira.
Já nos vestibulares de 2032 e 2033, a leitura obrigatória será “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes. A peça dialoga com o mito de Orfeu, transportando-o para o contexto das favelas cariocas, combinando poesia, música e crítica social.
Literatura asiática chega pela primeira vez à Fuvest
Outra novidade histórica é a inclusão de uma obra da literatura asiática. A Fuvest passará a cobrar, a partir de 2032, o romance “O plantador de abóboras”, de Luís Cardoso de Noronha, escritor timorense.
A obra amplia o repertório internacional do vestibular e permite ao estudante contato com contextos históricos, culturais e políticos pouco explorados na literatura exigida em exames nacionais.
Importância da obra timorense
O romance aborda questões como colonização, identidade nacional e memória histórica de Timor-Leste. A leitura exige atenção ao contexto geopolítico e à construção simbólica dos personagens.
Com essa inclusão, a Fuvest sinaliza uma abertura maior para literaturas de língua portuguesa produzidas fora dos eixos mais tradicionais, ampliando o olhar crítico dos candidatos.
Lista de livros obrigatórios Fuvest 2030 e 2031
A lista de leituras para os vestibulares de 2030 e 2031 é integralmente nova em relação à de 2029. Isso exige atenção redobrada de estudantes que costumam reaproveitar materiais de anos anteriores.
As obras confirmadas são:
Laços de família, Clarice Lispector (contos).
Originárias: uma antologia feminina de literatura indígena, Trudruá Dorrico e Maurício Negro (contos).
A moratória, Jorge Andrade (teatro).
Uma faca só lâmina, João Cabral de Melo Neto (poesia).
Beco do Rosário, Ana Luiza Koehler (Graphic Novel).
Esaú e Jacó, Machado de Assis (romance).
Memorial do convento, José Saramago (romance).
A ilha fantástica, Germano Almeida (romance).
Quarto de despejo, Carolina Maria de Jesus (romance).
Lista de livros obrigatórios Fuvest 2032 e 2033
Para os vestibulares de 2032 e 2033, algumas obras são mantidas, enquanto outras entram pela primeira vez. A combinação garante continuidade e renovação do repertório literário.
As obras confirmadas são:
Laços de família, Clarice Lispector (contos).
Orfeu da Conceição, Vinicius de Moraes (teatro).
Uma faca só lâmina, João Cabral de Melo Neto (poesia).
Beco do Rosário, Ana Luiza Koehler (Graphic Novel).
Úrsula, Maria Firmina dos Reis (romance).
Esaú e Jacó, Machado de Assis (romance).
O plantador de abóboras, Luís Cardoso (romance).
Casa de família, Paula Fábrio (romance).
Fantasmas, Daniel Munduruku (romance).
Como ficam as listas antes de 2029
A Fuvest também esclareceu como serão organizadas as listas nos anos anteriores a 2029. Até o Vestibular 2028, a leitura obrigatória será composta exclusivamente por obras escritas por mulheres autoras de língua portuguesa, incluindo brasileiras e estrangeiras.
A partir do Vestibular 2029, autores da literatura brasileira e de outros países de língua portuguesa voltam a integrar as listas. Essa organização busca equilibrar diversidade, representatividade e continuidade pedagógica.









