A medida provisória 1.000/2020, que prorrogou o auxílio emergencial até dezembro de 2020, está em pauta na Câmara dos Deputados. E o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, incluiu o pagamento do 13º salário do Bolsa Família na Medida provisória que segue em discussão. A medida foi uma resposta às críticas do presidente Jair Bolsonaro.
Em discurso no Plenário, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acusou o presidente Jair Bolsonaro de mentir ao dizer que ele (Maia) era o responsável pelo fato de o governo não pagar neste ano o décimo-terceiro salário para os beneficiários do Programa Bolsa Família.
“O próprio ministro Paulo Guedes hoje confirmou que o presidente é mentiroso quando disse que de fato não há recursos para o décimo-terceiro do Bolsa Família”, rebateu. “Ontem, fiquei muito irritado porque nunca imaginei que em um País como o Brasil um presidente da República pudesse, de forma mentirosa, tentar comprometer a imagem do presidente da Câmara ou de qualquer cidadão brasileiro.”
O presidente da Câmara afirmou que o Parlamento ainda pode trabalhar em janeiro para construir os caminhos para incluir de 8 a 12 milhões de brasileiros no Bolsa Família, sem ferir as regras orçamentárias. “Propus não termos recesso, nem a Câmara, nem o Senado nem o Judiciário para trabalhar em janeiro na construção de um programa social dentro da realidade do Orçamento primário do Brasil”, disse.
MP 1000
Maia citou que tem recebido muitos pedidos para colocar em votação a Medida Provisória 1000/20, que instituiu a prorrogação do auxílio emergencial, no valor de R$ 300, em quatro parcelas, de setembro a dezembro. Ele lembrou que o líder do governo, deputado Ricardo Barros, afirmou ontem que o governo não tinha interesse nessa votação, porque a MP já cumpriu seu objetivo.
“Eu precisava fazer esse discurso para resguardar a imagem da Câmara e da minha presidência. Amanhã, a narrativa vai ser que nós acabamos com o auxílio emergencial porque não votamos a MP. Então, foi muito importante o governo entrar em obstrução contra a MP 1000, porque isso ficou registrado na imprensa e aqui na Casa”, disse.