As câmaras legislativas brasileiras estão com debates envolvendo as regulamentações do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mais precisamente no que se refere ao Saque-Aniversário.
Esta modalidade, introduzida pela Lei 13.932/19, autoriza os trabalhadores a retirarem uma porção do saldo acumulado em suas contas do FGTS, anualmente, no mês de seu aniversário.
A intenção primária era de fornecer um certo alívio financeiro aos cidadãos, especialmente em tempos de adversidades econômicas.
Audiência pública
Nos corredores do Congresso Nacional, especificamente nas Comissões de Trabalho e de Legislação Participativa, uma audiência pública foi programada para a próxima semana, com o objetivo de discutir as perspectivas futuras desta modalidade.
A reunião foi convocada por iniciativa dos deputados Evair Vieira de Melo e Leonardo Monteiro, representando diferentes espectros políticos, evidenciando a relevância do assunto.
Desde sua implementação em abril de 2020, o Saque-Aniversário foi adotado por cerca de 28 milhões de trabalhadores, resultando na retirada de aproximadamente R$ 34 bilhões do FGTS.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, expressou anteriormente sua oposição a essa modalidade, chegando a anunciar sua possível extinção no início do ano, para posteriormente reconsiderar a decisão.
Melo, um dos proponentes da audiência, defende a manutenção do Saque-Aniversário, citando sua natureza voluntária, segurança e taxas competitivas como vantagens indispensáveis tanto para os trabalhadores quanto para o mercado de crédito.
Por outro lado, Monteiro aponta para o risco de os trabalhadores estarem transformando essa retirada anual em uma espécie de 14º salário, o que pode reduzir significativamente o saldo disponível em momentos de real necessidade, como desemprego inesperado.
A efervescência desse debate reflete as variadas opiniões sobre como equilibrar as necessidades imediatas dos trabalhadores com a segurança financeira a longo prazo.
A audiência programada busca, através do diálogo aberto entre as partes interessadas, incluindo o Conselho Curador do FGTS e as centrais sindicais, alcançar um entendimento mais profundo sobre os impactos desta modalidade e os caminhos viáveis para otimizar as regras do FGTS em prol dos trabalhadores e do mercado de crédito nacional.
A profundidade dessa discussão indica o compromisso contínuo dos legisladores em ajustar as políticas financeiras de forma a melhor servir aos cidadãos, enquanto se adaptam às mudanças econômicas e sociais em curso.