(Santa Casa – SP/2018) O povo não tem sempre o costume assinalado de pôr uma pessoa qualquer à sua frente, fomentando o desenvolvimento da sua grandeza? […]
É, portanto, evidente que, quando a tirania se origina, é da semente deste protetor, e não de outra, que ela germina.
[…]
Porventura não é também assim que aquele que está à frente do povo e que, apanhando a multidão a obedecer-lhe, não se abstém do sangue dos da sua tribo […]? Acaso para um homem assim não é forçoso, depois disto, e fatal, que
pereça às mãos dos seus inimigos ou que se torne um tirano, transformando-se de homem em lobo?
(Platão. A República, 1987.)
Platão (428 a.C. – 348 a.C.), em A República, identifica os vários tipos de governos e governantes da Grécia Antiga.
No texto, caracteriza-se a tirania como
A) uma tendência absolutista comum em Esparta, que valorizava o respeito total aos governantes.
B) uma etapa posterior à democracia, com a ascensão de legisladores dotados de pleno poder.
C) um fenômeno que resultava da relação ambígua entre governantes autoritários e a população.
D) uma forma de governo típica das pequenas cidades gregas, marcada pela irracionalidade dos governantes.
E) uma estratégia de controle oligárquico, que favorecia os interesses das classes nobres da cidade.
RESOLUÇÃO:
De acordo com o trecho apresentado, o povo escolhe uma pessoa para o poder e estimular “o desenvolvimento de sua grandeza”. Embora seja escolhido pelo povo, o tirano o submete à sua autoridade, o que evidencia uma relação de ambiguidade entre as partes.
Resp.: C

VEJA TAMBÉM:
– Questão resolvida sobre Platão, da UEL 2013
– Questão resolvida sobre Platão, da UEL 2010
– Questão resolvida sobre Platão, do Enem 2014