Popularização da data, nos últimos anos, no Brasil, associada à explosão do e-commerce, das buscas online e da procura por cupons de desconto ou cashback, promete uma Black Friday histórica.
Em um contexto de crise econômica e aumento do desemprego, este ano, a expectativa para a Black Friday é grande para movimentar o comércio nacional. Varejistas e lojistas esperam que os consumidores vão aproveitar a data para começar as compras natalinas.
De acordo com dados do Google, entre 26 de agosto e 22 de setembro, 19 das 29 macrocategorias de varejo analisadas pelo buscador registraram um aumento em relação às buscas realizadas na Black Friday de 2019.
Em 2020, a Black Friday promete ser boa, especialmente, para o consumidor digital, seja aquele que já compra no e-commerce há tempo ou o que começou a comprar pela internet nos últimos meses. Veja outros sinais de que a edição deste ano vai se destacar em comparação às anteriores.
Buscas on-line
Os dados levantados pelo Google mostram que “móveis” e “decoração” foram as categorias campeãs, com buscas 22% e 51% acima do registrado ano passado, respectivamente.
Alimentos (40%) e bebidas (23%) formam outra categoria que surpreendeu este ano, com um crescimento das buscas realizadas neste período. Esses segmentos econômicos não possuem um histórico de picos na Black Friday. A principal razão para essa mudança é o aumento do consumo de alimentos em casa.
Cupons e cashback
Outro fator importante, que promete crescer ainda mais na edição de 2020, são os cupons de desconto e o cashback — prática que consiste na devolução de parte do valor do produto adquirido ao consumidor.
Bastante difundido em países como os Estados Unidos, o cashback começou a funcionar no Brasil em 2008, desde então, vem se tornando mais popular, especialmente, no e-commerce. Os dados levantados pelo Google também mostram que a busca por esses recursos cresceu 74% e 30%, respectivamente.
Aliado a essas duas estratégias, aparece o frete grátis como outra vantagem procurada pelos consumidores. Somente em julho, a busca pelo frete gratuito já era 118% superior à registrada no mesmo período de 2019.
Explosão do e-commerce
A maior aposta deste ano é que a Black Friday seja marcada pela explosão das compras virtuais. A edição brasileira de 2019 registrou um crescimento de 25% nesse tipo de comércio.
Somente em abril, o comércio virtual brasileiro faturou R$ 9,4 bilhões, o que representa um aumento de 81% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com dados do Compre&Confie.
Compras represadas
As incertezas econômicas, provocadas pelos últimos meses, fizeram com que muita gente diminuísse o consumo, desde itens e serviços mais esporádicos até aqueles mais essenciais.
Outra aposta de analistas do setor é que essas compras que ficaram “represadas” possam voltar com força na Black Friday, com descontos que podem chegar até 90% do preço original.
É isso que mostra uma pesquisa realizada com 1,7 mil pessoas pelo jornal O Globo. Os dados levantados afirmam que 7 em cada 10 brasileiros deixaram de comprar algo que desejavam nos últimos meses. Associado a isso, 65% dos entrevistados disseram querer comprar um presente para si próprio durante a Black Friday.
Popularização da data
Desde que chegou no Brasil, em 2010, a Black Friday se tornou a segunda data comercial mais importante do país, ficando atrás apenas do Natal. A popularização em território brasileiro vem conquistando mais varejistas e consumidores.
A tendência do aumento do e-commerce, esperada para a edição de 2020, já é registrada há alguns anos. O varejo on-line brasileiro faturou R$ 3,2 bilhões na Black Friday de 2019, aumento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2018, quando as vendas totalizaram R$ 2,6 bilhões. Os dados são da consultora Ebit Nielsen.