A partir de 21 de março, trabalhadores com carteira assinada poderão solicitar empréstimos consignados diretamente pela Carteira de Trabalho Digital. A nova funcionalidade permite acesso rápido ao crédito, com taxas de juros mais baixas e maior transparência no processo. Veja como acessar o Meu INSS!
O procedimento será realizado de forma digital, e os dados do trabalhador serão compartilhados, com autorização, com bancos autorizados pelo governo. O objetivo é ampliar o acesso ao crédito para celetistas e reduzir os custos financeiros atualmente enfrentados por essa categoria.
Como funciona o acesso ao crédito consignado CLT
Etapas para solicitar o empréstimo
O trabalhador interessado em obter o crédito consignado deve acessar a Carteira de Trabalho Digital, disponível como aplicativo e também via web. Dentro da plataforma, é possível autorizar o compartilhamento de seus dados do eSocial com instituições financeiras.
Com essa autorização, os bancos terão acesso a informações como nome completo, CPF, tempo de empresa e margem consignável do salário. Tudo ocorre em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo privacidade e segurança dos dados do trabalhador.
Prazo para recebimento das ofertas
Após autorizar o acesso aos dados, o trabalhador deve aguardar até 24 horas para o recebimento das propostas de crédito. Cada banco autorizado apresentará suas condições diretamente pelo sistema, possibilitando uma análise rápida e segura das opções.
O trabalhador poderá escolher a proposta mais vantajosa e realizar a contratação diretamente no canal digital do banco, sem necessidade de comparecer fisicamente a uma agência.
Novidades no sistema a partir de abril
Operações dentro dos aplicativos dos bancos
O programa será expandido em 25 de abril, quando os bancos poderão operar a linha do consignado privado diretamente por suas próprias plataformas digitais. Isso deve tornar o processo ainda mais ágil para o trabalhador, que poderá gerenciar tudo dentro do aplicativo da instituição de sua escolha.
Essa integração promete eliminar intermediários e tornar o crédito consignado mais acessível, com menos burocracia e maior liberdade de comparação entre as ofertas disponíveis.
Portabilidade com data marcada
A partir de 6 de junho, os trabalhadores poderão realizar a portabilidade do crédito consignado, ou seja, migrar sua dívida para outra instituição que ofereça melhores condições de juros e prazos.
Quem já tiver um empréstimo ativo poderá transferi-lo para a nova linha dentro da mesma instituição financeira em até 120 dias. Isso dará ao trabalhador mais autonomia para buscar alternativas mais econômicas ao longo do tempo.
Redução significativa nos juros
Comparativo com as taxas atuais
Com a implementação do novo modelo, a expectativa é de queda drástica nas taxas de juros. Atualmente, os celetistas enfrentam uma média de 103% ao ano. Com a novidade, esse número pode cair para cerca de 40% ao ano.
A mudança representa um alívio importante no orçamento dos trabalhadores, reduzindo o custo do crédito e evitando o superendividamento, algo comum em linhas de crédito tradicionais com taxas elevadas.
Impacto estimado no mercado
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a previsão é que, nos próximos quatro anos, cerca de 19 milhões de celetistas optem pela consignação de salários. Isso poderá movimentar mais de R$ 120 bilhões em novos contratos.
Hoje, o número de operações de crédito consignado no setor privado gira em torno de 4,4 milhões, com valor total superior a R$ 40,4 bilhões. Mesmo assim, o volume ainda está muito abaixo dos empréstimos disponíveis para servidores públicos e beneficiários do INSS, que ultrapassam R$ 600 bilhões.
Limites, garantias e segurança do crédito
Descontos automáticos e acompanhamento digital
Após a contratação do empréstimo, as parcelas serão descontadas diretamente na folha de pagamento, por meio do eSocial. O trabalhador poderá acompanhar esses descontos mensalmente e verificar o andamento dos pagamentos pelo sistema.
Essa automatização aumenta a transparência e reduz os riscos para os bancos, contribuindo para que as taxas de juros sejam mais baixas do que nas modalidades tradicionais de crédito pessoal.
Tetos e uso do FGTS como garantia
Os limites para o crédito consignado CLT preveem o comprometimento de até 35% do salário com o pagamento das parcelas mensais. Caso o trabalhador perca o emprego, ele poderá usar até 10% do saldo do FGTS e a multa rescisória de 40% para quitar os débitos.
Se ainda assim houver saldo devedor, a dívida ficará registrada no sistema do eSocial e voltará a ser descontada automaticamente quando o trabalhador ingressar em um novo emprego com carteira assinada.
Desenvolvimento e integração tecnológica
Parceria entre sistemas governamentais
O novo sistema do crédito consignado CLT foi desenvolvido pela Dataprev, empresa pública de tecnologia vinculada ao governo federal. A plataforma reúne a Carteira de Trabalho Digital, o eSocial e o FGTS Digital.
Essa integração entre diferentes ferramentas digitais do governo visa dar mais controle ao trabalhador sobre suas finanças, facilitar o acesso ao crédito e garantir mais segurança em todo o processo.
Avanço para a digitalização do crédito no Brasil
A medida representa um passo importante na modernização do sistema de crédito brasileiro, democratizando o acesso ao crédito consignado para trabalhadores do setor privado.
Com a promessa de juros mais baixos, menos burocracia e maior portabilidade, o novo consignado CLT tem potencial para mudar o cenário do endividamento e facilitar o planejamento financeiro de milhões de brasileiros.









