A partir dessa terça-feira, dia 1º, os apostadores que possuem valores depositados em plataformas de apostas irregulares têm apenas oito dias para retirar o dinheiro. O prazo limite para o resgate é dia 11, quando a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) começará a bloquear o acesso a aproximadamente 600 sites de apostas que não solicitaram a devida autorização ao Ministério da Fazenda para operar no Brasil.
Na noite de terça-feira, o Ministério da Fazenda divulgou uma lista com as 199 marcas autorizadas a atuar no país. Os apostadores devem verificar se a plataforma onde possuem dinheiro está nessa lista. Caso contrário, o valor está depositado em um site irregular, e é necessário retirar esse dinheiro o quanto antes para evitar prejuízos.
Consulta de empresas autorizadas
Os apostadores podem consultar as empresas que pediram autorização ao Ministério da Fazenda até o dia 30 de setembro. Essas informações estão disponíveis no Sistema de Gestão de Apostas (Sigap) do ministério. Ao todo, 180 empresas solicitaram autorização, resultando em 185 pedidos, dos quais 31 foram protocolados no último dia do prazo.
Vale ressaltar que o Sigap apresenta o nome de registro da empresa, que nem sempre corresponde ao nome comercial utilizado no site de apostas, o que pode dificultar a consulta por parte do usuário. É importante que o apostador esteja atento a esses detalhes para garantir a retirada de seus valores.
Como resgatar o dinheiro das apostas
Passo a passo para saque
Para sacar o dinheiro, o usuário precisa acessar o site ou o aplicativo da plataforma de apostas e fazer o login. Uma vez dentro, deve-se localizar a área onde consta o saldo disponível e selecionar a opção de saque. Em seguida, o apostador deve confirmar o valor a ser retirado e informar os dados da conta bancária para onde o dinheiro será transferido.
O saque pode ser realizado via Pix ou Transferência Eletrônica Disponível (TED). A opção pelo Pix é mais vantajosa, pois o dinheiro é transferido instantaneamente e o serviço está disponível 24 horas por dia, inclusive em fins de semana. Por outro lado, a TED só pode ser feita em dias úteis e tem um tempo de processamento maior.
Problemas no saque
Se o usuário solicitar o saque e o dinheiro não for transferido, é recomendável entrar em contato com o suporte da plataforma antes do banimento definitivo no país. Caso a situação não seja resolvida, o apostador pode registrar uma reclamação em órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.
Em situações onde o problema persista, e houver suspeita de fraude, o próximo passo é registrar uma ocorrência policial e procurar o Ministério Público, que pode auxiliar na abertura de uma ação judicial coletiva contra a empresa responsável.
Fraudes em sites de apostas
Quando acionar a polícia
Se o suporte da plataforma de apostas não fornecer uma resposta satisfatória ou o dinheiro não for devolvido, as chances de fraude aumentam. Nesse caso, o usuário deve registrar uma ocorrência na polícia e procurar o Ministério Público, que pode investigar a situação e, se for o caso, ajuizar uma ação coletiva contra a empresa.
Contudo, é importante lembrar que a maioria dessas plataformas de apostas são empresas estrangeiras, sem representantes legais no Brasil. Isso pode dificultar a punição e a recuperação dos valores, o que torna essencial que o processo seja iniciado rapidamente para evitar que as acusações prescrevam.
Dificuldades na recuperação do dinheiro
Mesmo com a ajuda da polícia ou do Ministério Público, a responsabilização dessas empresas pode ser complicada, uma vez que elas geralmente operam fora do Brasil. Dessa forma, o apostador deve estar ciente de que o processo de ressarcimento pode ser longo e incerto. No entanto, não deixar de denunciar é crucial para aumentar as chances de responsabilização das empresas.
O papel da Anatel no bloqueio dos sites
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) será responsável por realizar o bloqueio dos sites de apostas irregulares, em uma operação similar àquela que bloqueou o antigo X (Twitter) no Brasil no final de agosto. As empresas que não receberam ou não solicitaram a autorização necessária para operar no Brasil serão impedidas de funcionar no país.
A medida faz parte de um esforço coordenado entre o Ministério da Fazenda, o Banco Central, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, e a Anatel para fiscalizar e controlar a atividade dessas empresas, garantindo a proteção dos consumidores e a legalidade das operações de apostas.
Fiscalização contínua e novas autorizações
Empresas em espera por autorização
Apesar da divulgação da lista de empresas autorizadas, ela não é definitiva. Empresas que ficaram de fora ainda podem solicitar a regularização junto ao Ministério da Fazenda. No entanto, o prazo de análise pode levar até 150 dias, o que significa que algumas plataformas só serão liberadas para operar no Brasil em 2025.
Em dezembro deste ano, o Ministério da Fazenda deverá divulgar uma nova lista de empresas autorizadas, com a conclusão da análise da documentação apresentada. É importante que os apostadores fiquem atentos a essa atualização para verificar se suas plataformas de escolha estão devidamente regularizadas.