A Lei Anti-Oruam é um projeto de lei apresentado pela vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo, do partido União Brasil. O projeto tem como objetivo central impedir a realização de apresentações musicais e artísticas que façam apologia ao crime organizado, ao tráfico de drogas e a atividades ilícitas em geral. A lei se aplica especialmente a eventos que contam com financiamento público e que sejam acessíveis a menores de idade. Confira dicas para se preparar para o Enem 2025.
O debate sobre o impacto da cultura na formação social é antigo, e essa proposta reacendeu a discussão sobre a responsabilidade de artistas em relação às mensagens que transmitem em suas músicas e espetáculos. De um lado, há aqueles que acreditam que a arte não deve ser censurada e que artistas possuem liberdade para abordar qualquer tema. Do outro, há quem defenda a necessidade de estabelecer limites quando a mensagem reforça comportamentos criminosos e influencia negativamente os jovens. Para que serve o Enem?
Origem do nome da lei
O nome Lei Anti-Oruam surgiu a partir do rapper Oruam, que ganhou notoriedade por suas músicas que fazem referências diretas ao crime organizado, tráfico de drogas e à cultura de facções criminosas. Além disso, Oruam é filho de Marcinho VP, um dos chefes do Comando Vermelho, uma das maiores organizações criminosas do Brasil.
Essa relação familiar e o conteúdo das músicas do artista tornaram seu nome uma referência simbólica para a proposta legislativa. A escolha do nome gerou debates, pois alguns setores da sociedade consideram que pode haver perseguição individual contra o artista. No entanto, defensores da proposta argumentam que o nome da lei apenas representa um problema mais amplo e que a medida não se destina a um artista específico, mas sim a uma prática que precisa ser regulada.
Objetivos principais da Lei Anti-Oruam
Proteção do público jovem
Um dos pilares da lei é evitar que crianças e adolescentes sejam expostos a conteúdos que possam glamourizar o crime e influenciar sua percepção sobre a legalidade e as consequências de ações ilícitas. O ambiente musical e cultural tem grande impacto na formação dos jovens, e a preocupação com o conteúdo a que eles são expostos em eventos financiados com dinheiro público se tornou um dos principais argumentos em favor da proposta.
A medida busca, portanto, estabelecer uma barreira que impeça que eventos pagos pelo Estado disseminem mensagens que possam normalizar a violência e o tráfico de drogas. A legislação pretende garantir que o financiamento público de cultura seja utilizado para produções que não incentivem práticas ilegais.
Coibir a propagação de mensagens criminosas
Outro objetivo central do projeto de lei é impedir que artistas utilizem espaços financiados com dinheiro público para disseminar mensagens que possam servir como propaganda para o crime organizado. Algumas letras de músicas e discursos feitos durante shows exaltam o estilo de vida criminoso, apresentando o tráfico de drogas e o uso de armas como algo glamouroso ou digno de respeito.
Ao restringir a realização desses eventos em espaços públicos ou que recebam verbas governamentais, a lei busca diminuir a influência de mensagens que reforçam ideais criminosos na juventude, desestimulando o consumo e a valorização dessas narrativas.
Implicações para os artistas
A proposta também reforça a necessidade de responsabilização dos artistas que promovem conteúdos que possam ser interpretados como apologia ao crime. Isso não significa que a lei visa criminalizar a liberdade artística, mas sim impedir que determinadas mensagens sejam divulgadas em locais mantidos pelo dinheiro do contribuinte.
Os artistas que desejam se apresentar em eventos públicos precisarão atender a novos critérios, evitando que suas produções incentivem comportamentos ilícitos. A legislação prevê a possibilidade de penalidades para aqueles que descumprirem as novas normas.
Onde a lei será aplicada
A Lei Anti-Oruam se aplica a eventos musicais, festivais, apresentações teatrais e outras expressões artísticas que ocorram em locais públicos ou privados que recebam qualquer tipo de financiamento estatal. A medida busca garantir que as verbas destinadas à cultura não sejam utilizadas para incentivar discursos que possam ser prejudiciais à segurança pública.
Críticos da proposta alegam que a medida pode abrir precedentes para restrições mais amplas na produção cultural, afetando diversos setores da indústria do entretenimento. No entanto, os defensores da lei argumentam que o foco é apenas impedir que conteúdos de cunho criminoso sejam propagados com recursos do Estado.
Repercussão da Lei Anti-Oruam
O projeto gerou um intenso debate entre diferentes setores da sociedade. Muitos políticos e membros da segurança pública apoiam a iniciativa, considerando-a um avanço na luta contra a romantização do crime organizado. Por outro lado, artistas e defensores da liberdade de expressão acreditam que a proposta pode ser uma forma de censura disfarçada.
Organizações que trabalham com direitos culturais manifestaram preocupação com a possibilidade de o projeto ser utilizado para restringir diferentes manifestações artísticas. No entanto, os autores da proposta garantem que a lei não visa censurar a arte, mas apenas impedir que eventos financiados com recursos públicos promovam narrativas criminosas.
Tramitação e próximos passos
A Lei Anti-Oruam ainda está em fase de tramitação e análise em diversas câmaras municipais do Brasil. Algumas cidades já discutem a implementação de medidas semelhantes, e o tema segue em pauta no cenário político.
O avanço do projeto dependerá do debate público e da aceitação da proposta por parte dos legisladores. Enquanto isso, a sociedade continua dividida entre os que acreditam que a medida é necessária para combater a influência do crime e os que temem que ela possa ser utilizada para limitar a produção artística no país.