Os vestibulares aplicados pela Vunesp no último final de semana apresentaram novos temas de redação, todos inéditos e atuais. A banca, mais uma vez, reforçou sua tradição de cobrar reflexões críticas, capacidade de argumentação, repertório sociocultural e escrita madura dos candidatos.
Esses assuntos se destacam por dialogar diretamente com debates contemporâneos, questões de saúde, ciência, educação e impactos sociais. Para quem está se preparando para o Enem 2025 e outros vestibulares, treinar a redação com base nesses temas é uma excelente forma de desenvolver repertório e aprimorar sua escrita.
Bebês reborn: entre afeto simbólico e sintoma social
O tema dos bebês reborn trouxe à tona uma reflexão sobre a relação entre afeto, simbolismo e sociedade. Essas bonecas hiper-realistas têm sido usadas tanto como objetos de coleção quanto como instrumentos terapêuticos em contextos de luto ou solidão.
A redação exigia discutir se o fenômeno representa uma forma saudável de elaborar sentimentos ou se pode ser visto como sintoma de uma sociedade marcada por carências emocionais.
O uso de psicofármacos por crianças e adolescentes
Outro tema relevante foi o uso de psicofármacos em jovens. A proposta levantava a questão da necessidade real versus a normalização de medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos em idades precoces.
O debate exige reflexão sobre os riscos da medicalização excessiva, os impactos no desenvolvimento cognitivo e emocional e a importância de políticas públicas que valorizem também alternativas não medicamentosas, como psicoterapia.
Política de cotas em programas de residência médica
Um dos temas mais polêmicos trouxe à discussão a implementação de cotas na residência médica. A questão exigia dos candidatos conhecimento sobre inclusão social, equidade no acesso e meritocracia.
A redação deveria analisar os benefícios de uma política de ação afirmativa nesse contexto e os possíveis desafios enfrentados pelo sistema de saúde e pelas instituições de ensino.
IA na ciência: progressos e desafios
A Inteligência Artificial foi outro destaque. O tema propunha refletir sobre o papel da IA na produção científica, seus avanços e os dilemas éticos envolvidos.
Questões como substituição da mão de obra humana, confiabilidade dos dados gerados por algoritmos e impactos sociais da automação foram centrais nesse debate.
Serviço militar obrigatório: benefício ou modelo ultrapassado?
O serviço militar obrigatório foi questionado sob a ótica de relevância social. O tema propunha analisar se ele ainda traz benefícios à sociedade brasileira ou se representa um modelo anacrônico.
A discussão envolve cidadania, preparo da juventude, custos públicos e alternativas mais adequadas para o engajamento cívico dos jovens.
Canetas emagrecedoras devem ser fornecidas pelo SUS?
Com o avanço de medicamentos injetáveis para emagrecimento, surgiu o debate sobre a inclusão desses tratamentos no SUS. A proposta exigia avaliar se a obesidade deve ser tratada prioritariamente com políticas de saúde preventiva ou com acesso gratuito a medicamentos de alto custo.
Além disso, pedia reflexão sobre impacto orçamentário, justiça social e a responsabilidade do Estado na promoção da saúde.
Proibição de celulares nas escolas
A proibição de celulares nas escolas foi outro tema que exigiu dos candidatos pensar sobre educação e tecnologia. O ponto central era se a medida representa estímulo a interações mais saudáveis ou se configura como autoritarismo prejudicial à formação crítica.
A discussão envolvia o papel dos dispositivos digitais no aprendizado, sua influência na concentração dos alunos e a necessidade de políticas equilibradas.
Crianças e adolescentes nas redes sociais
Por fim, um tema extremamente atual questionou se crianças e adolescentes devem ter acesso às redes sociais. O debate envolve riscos como exposição a conteúdos inadequados, cyberbullying e manipulação de dados pessoais.
Ao mesmo tempo, a redação pedia considerar o papel das redes na socialização, na educação digital e na formação de identidade da juventude conectada.
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