(FGV/2020) Com efeito, coexistindo duas regiões dentro de uma mesma economia — integradas pelo mesmo sistema monetário — o salário de subsistência da população tende a ser relativamente mais elevado ali onde é mais baixa a produtividade do homem ocupado na produção de alimentos.
A coexistência das duas regiões numa mesma economia tem consequências práticas de grande importância. Assim, o fluxo de mão de obra da região de mais baixa produtividade para a de mais alta tenderá a pressionar sobre o nível de salários desta última, impedindo que os mesmos acompanhem a elevação da produtividade.
(Celso Furtado. Formação econômica do Brasil, 1989.)
O texto apresenta uma teoria econômica geral, que pode ser aplicada à experiência da história social brasileira, a partir, sobretudo, dos anos cinquenta do século passado.
De fato, o desenvolvimento econômico do país
A) tendeu à concentração das atividades produtivas mais dinâmicas nas regiões de menor concentração de trabalhadores assalariados.
B) ocorreu por meio do deslocamento de operários especializados formados nas regiões de penúria social para os centros industrializados.
C) provocou uma revolução social nas regiões de menor crescimento com a melhoria dos ganhos salariais dos trabalhadores locais com a queda da oferta de trabalho.
D) impediu a constituição de um mercado nacionalmente integrado com a inexistência de mercado consumidor nas regiões de economias mais tradicionais.
E) processou-se em uma situação de deslocamento populacional interno favorável ao aprofundamento de desigualdades econômicas inter-regionais.
RESOLUÇÃO:
As políticas econômicas nacionais vigentes no período citado, principalmente, no governo de JK, incentivaram uma intensa migração interna (com destaque para nordestinos migrando para o Sudeste e, também, do interior para as grandes cidades) de forma não coordenada, gerando problemas sociais.
Resp.: E
VEJA TAMBÉM:
– Questão comentada sobre Fernando Collor de Melo, da Univag 2018-2
– Questão resolvida sobre Nova República, da UEM 2018