O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 pode sofrer mudanças significativas, segundo anúncios feitos pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo presidente do Inep, Manuel Palácios, em coletiva de imprensa. As informações foram apresentadas logo após o segundo dia de provas do Enem 2024, gerando especulações e expectativas sobre os rumos do exame para o próximo ano.
Entre as propostas, destaca-se a possibilidade de que o Enem volte a ter função de certificação do ensino médio, especialmente para estudantes com mais de 18 anos. Além disso, o exame pode também passar a estar mais ligado ao Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o que indica um esforço do Ministério da Educação (MEC) em alinhar as avaliações do sistema educacional brasileiro.
Desafios propostos ao Inep para o Enem 2025
Durante a coletiva, Camilo Santana apresentou dois desafios importantes ao Inep para o desenvolvimento do Enem de 2025. O primeiro desafio está relacionado à possibilidade de que a prova do Enem funcione também como avaliação do Saeb para estudantes do 3º ano do ensino médio. Segundo Santana, essa mudança facilitaria a unificação dos processos de avaliação, promovendo maior eficiência no monitoramento da qualidade educacional.
O segundo desafio inclui a retomada do uso do Enem como certificação para conclusão do ensino médio. Esse aspecto era uma função do Enem que foi descontinuada, mas que, com as novas diretrizes, pode ser retomada. A ideia é que estudantes maiores de 18 anos, ao realizar a prova, possam também utilizar seu desempenho como certificado de conclusão do ensino médio, trazendo mais inclusão e oportunidades para jovens e adultos que não completaram essa etapa educacional.
Possível integração do Enem com o Saeb
A integração entre o Enem e o Saeb traria uma mudança significativa na forma como o sistema educacional brasileiro avalia os estudantes. De acordo com o ministro, o objetivo é fazer com que o Enem sirva tanto como ferramenta de avaliação individual dos alunos que buscam ingresso no ensino superior, quanto como um instrumento para avaliar a qualidade do ensino médio em âmbito nacional. Esse alinhamento traria dados mais precisos sobre o nível de aprendizado dos estudantes do país.
Camilo Santana acredita que essa fusão entre o Enem e o Saeb poderia ajudar o MEC a compreender melhor as deficiências e avanços do ensino médio brasileiro, fornecendo um panorama mais detalhado do desempenho dos estudantes e permitindo uma análise mais apurada dos fatores que afetam a qualidade da educação. A proposta ainda está em fase de estudo, mas, se implementada, poderá alterar de forma estrutural os objetivos e o formato da prova.
Retomada da certificação do ensino médio pelo Enem
Outro ponto importante discutido foi a possível retomada do Enem como um exame de certificação do ensino médio. Até alguns anos atrás, o Enem permitia que jovens e adultos que não concluíram essa etapa pudessem obter um certificado, desde que tivessem 18 anos ou mais e alcançassem uma pontuação mínima nas provas. Essa funcionalidade foi posteriormente transferida para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
No entanto, o retorno dessa função ao Enem pode representar uma nova chance de certificação para muitos brasileiros, especialmente aqueles que precisam desse título para melhorar suas condições no mercado de trabalho ou continuar seus estudos. Segundo Santana, essa proposta ainda será discutida com as redes de ensino antes de uma decisão final, mas a expectativa é que o Inep tenha uma resposta até o período de inscrições para o Enem 2025.
Impacto social das mudanças no Enem
A reintrodução da certificação pelo Enem poderia representar um grande impacto social, pois ampliaria as possibilidades de acesso à educação e à qualificação profissional para quem abandonou os estudos no ensino médio. Muitos trabalhadores veem no Enem uma oportunidade de obter um certificado que é essencial para o acesso a melhores empregos e salários.
Além disso, ao alinhar a certificação com a avaliação de qualidade educacional, o MEC espera incentivar os estudantes e aumentar o engajamento nas provas do Enem, especialmente entre aqueles que buscam a certificação. Esse novo modelo poderá atrair um público que, até então, estava fora dos objetivos principais do exame.
Próximos passos e expectativa para o Enem 2025
O Inep agora tem o desafio de avaliar a viabilidade dessas mudanças e apresentar um planejamento claro até o próximo ciclo de inscrições do Enem. Segundo Camilo Santana, as propostas ainda precisam ser amplamente discutidas com as redes de ensino, o que pode impactar o cronograma de implementação e exigir ajustes na estrutura das provas.
Manuel Palácios, presidente do Inep, está comprometido em analisar essas recomendações com uma equipe técnica especializada. A expectativa é que o Inep forneça uma resposta concreta sobre a integração entre o Enem e o Saeb e a certificação até o início de 2025, garantindo que as mudanças sejam bem estruturadas e viáveis para todos os estudantes.
Possíveis benefícios das mudanças
Se implementadas, essas mudanças trarão benefícios tanto para a gestão educacional quanto para os alunos. A integração com o Saeb permitirá que os resultados do Enem tenham mais utilidade na avaliação do ensino médio em nível nacional, criando uma base de dados mais rica para o planejamento de políticas públicas.
Já a certificação pode transformar o Enem em uma ferramenta ainda mais inclusiva, ajudando pessoas a obterem um diploma e a acessarem oportunidades que exigem o ensino médio completo.
