(FUVEST/2025) “Eu não venero a criação mais do que o Criador, mas venero a criatura criada como eu sou, adotando a criação de maneira livre e espontânea, de modo que Ele possa elevar nossa natureza e nos tornar partícipes de Sua natureza divina. Sendo assim, eu me atrevo a fazer uma imagem do Deus invisível não
como invisível, mas como tendo se tornado visível por nossa causa, tornando-se carne e sangue. Eu não faço uma imagem da divindade imortal. Eu pinto a carne visível de Deus, pois é impossível representar o espírito e ainda mais Deus, que dá vida ao espírito.”
John Damascene. On holy images. Disponível em https://www.gutenberg.org/files/49917/ (Adaptado).
Nessa citação, João Damasceno (675-749), monge e teólogo cristão do período medieval, dirige-se contra o movimento iconoclasta ao
A) colocar a criatura no mesmo nível do Criador.
B) reduzir a divindade a seus elementos materiais.
C) identificar a imagem visível com a natureza divina.
D) negar o dogma da divindade de Jesus Cristo.
E) justificar a veneração de imagens sagradas.
RESOLUÇÃO:
No trecho, João Damasceno defende o uso de imagens no cristianismo. Para isso, ele argumenta que: Deus, sendo espírito, é invisível, mas tornou-se visível ao assumir a forma humana na pessoa de Jesus Cristo.
Como Jesus possuiu carne e sangue, é legítimo representar sua forma humana por meio de imagens.
Não se trata de adorar a imagem em si nem de reduzir Deus à matéria, mas de venerar aquilo que a imagem representa — a encarnação divina.
Esse argumento foi central no combate ao iconoclasmo, movimento que rejeitava e destruía imagens religiosas, especialmente no Império Bizantino. João Damasceno foi um dos principais defensores da legitimidade e da importância das imagens no culto cristão.
Resp.: E
VEJA TAMBÉM:
– Questão resolvida sobre Renascimento, da UFMS 2020







