Questão sobre escravidão envolvendo Padre Feijó, da Unesp

(Unesp/2015) A escravatura, que realmente tantos males acarreta para a civilização e para a moral, criou no espírito dos brasileiros este caráter de independência e soberania, que o observador descobre no homem livre, seja qual for o seu estado, profissão ou fortuna. Quando ele percebe desprezo, ou ultraje da parte de um rico ou poderoso, desenvolve- se imediatamente o sentimento de igualdade; e se ele não profere, concebe ao menos, no momento, este grande argumento: não sou escravo. Eis aqui no nosso modo de pensar, a primeira causa da tranquilidade de que goza o Brasil: o sentimento de igualdade profundamente
arraigado no coração dos brasileiros.
(Padre Diogo Antônio Feijó apud Miriam Dolhnikoff.
O pacto imperial, 2005.)

O texto, publicado em 1834 pelo Padre Diogo Antônio Feijó,
A) parece rejeitar a escravidão, mas identifica efeitos positivos que ela teria provocado entre os brasileiros.
B) caracteriza a escravidão como uma vergonha para todos os brasileiros e defende a completa igualdade entre brancos e negros.
C) defende a escravidão, pois a considera essencial para a manutenção da estrutura fundiária.
D) revela as ambiguidades do pensamento conservador brasileiro, pois critica a escravidão, mas enfatiza a importância comercial do tráfico escravagista.
E) repudia a escravidão e argumenta que sua manutenção demonstra o desrespeito brasileiro aos princípios da igualdade e da fraternidade.

Anúncio

Resolução:
De acordo com o texto, Padre Feijó, num primeiro momento rejeita a escravidão, porém, identifica um aspecto positivo (sua existência acarreta o sentimento de igualdade entre os homens livres, reforçando o caráter de independência e soberania do país). Segundo o texto, não ser escravo reforça a identidade dos homens livres.
Resp.: A

Veja também:
Questão comentada sobre Brasil Colônia e Império, da UEFS 2018

Sair da versão mobile