Caixa abre Conta Digital para pagamento do Bolsa Família

A partir desta semana, a Caixa Econômica Federal – CEF começou a abrir contas digitais para o pagamento do benefício social do Bolsa Família. Agora, passaram a ser titulares da referida conta os beneficiários com o NIS de final 6, 7 e 8.

A ideia é que essas pessoas possam realizar transações bancárias com o valor recebido diretamente pelo aplicativo, fazendo saques e pagamentos, mantendo-se também o saque pelo Cartão Cidadão ou Cartão Bolsa Família.

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A intenção do Governo Federal é que, até março, todos os cidadãos inscritos no Bolsa Família passem a ter acesso à conta social digital. A primeira etapa do cadastramento ocorreu em dezembro, quando foram abertas 1,5 milhão de contas, destinadas aos beneficiários que possuem o NIS com final 9 ou 0.

Agora, neste mês de janeiro, mais 2,2 milhão de pessoas passarão a fazer uso da conta social na Caixa. A abertura da conta é de maneira 100% automatizada, de modo que o beneficiário não precisa realizar qualquer procedimento, até mesmo para evitar aglomerações nas agências bancárias.

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Assim, além de ser possível acessar às informações do Bolsa Família pelo seu próprio aplicativo, também será possibilitado ao beneficiário o uso do Caixa Tem. Por meio deles, o usuário consegue acompanhar as transações bancárias realizadas e os extratos de pagamento, com informações sobre bloqueios e cancelamentos.

A conta da poupança simplificada é de fácil utilização, e permite, com isenção do pagamento de tarifas de manutenção, movimentar a quantia de até R$ 5 mil por mês, sem a necessidade de criar uma nova senha, podendo ser utilizada a mesma do cartão social.

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Ainda, será possível realizar compras em mercados, farmácias, padarias e outros estabelecimentos com cartão de débito virtual e QR Code, já que existem nove milhões de maquininhas compatíveis com o sistema no Brasil. Além disso, por meio da função “Pagar na Lotérica”, no Caixa Tem, o usuário consegue pagar contas de luz, água, telefone, gás e boletos em geral. Tudo isso é possível graças à lei que, em outubro, transformou a conta digital social em permanente.

Expansão do Bolsa Família

De acordo com as informações que saem do Palácio do Planalto, a ordem atualmente é expandir o alcance do Programa Bolsa Família. No mês de janeiro, 14,23 milhões de famílias foram beneficiadas com o benefício, por meio de um orçamento de R$ 2,7 bilhões para o Governo Federal.

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A intenção agora é que, com o aumento da abrangência do programa, não tenha a necessidade de se implantar o pagamento de uma nova rodada do auxílio emergencial. Estima-se que a proposta seja apresentada formalmente após a definição das novas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a ocorrer no próximo mês.

A proposta da equipe econômica do governo Jair Bolsonaro objetiva aumentar o número de beneficiários do programa, embora deseje manter a renda média do benefício em R$ 190. Assim, o valor de R$ 34,8 bilhões, previsto na legislação orçamentária de 2021 para custear o programa social, conseguiria alcançar um maior número de pessoas, dando a elas, ao menos, condições mínimas de sobrevivência. Não é descartado, ainda, o corte de verbas em outras áreas, a fim de que haja fortalecimento dos recursos públicos destinados a garantir a renda básica dos brasileiros em situação de vulnerabilidade financeira.

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Cabe destacar que a expansão do Bolsa Família, em detrimento do pagamento de novas parcelas do auxílio emergencial, é uma medida que agrada ao mercado financeiro. Isso porque as declarações recentes sobre a possibilidade de renovação do auxílio, com a superação do teto de gastos, não caíram bem aos ouvidos dos investidores, que já começaram a cogitar a quebra do limite fiscal e a disparada dos gastos públicos.

A apreensão repercutiu diretamente na Bolsa de Valores, de modo que o Ibovespa despencou para casa dos 117 mil pontos na última sexta-feira. Trata-se do nível mais baixo desde o fim de dezembro. Para os especialistas, a ausência de sustentabilidade do teto de gastos pode gerar efeitos diretos e graves sobre os preços de mercado, caso o governo opte por reeditar o auxílio emergencial. Logo, o Governo Federal precisará encontrar um meio termo entre o apelo popular e as preocupações do mercado.

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