Novo Auxílio Emergencial: acompanhe o andamento

A criação de uma clausula de calamidade pública na PEC do Pacto Federativo deverá liberar o governo federal de ter que efetuar cortes de compensação ou aumentar o endividamento público para que consiga disponibilizar a prorrogação do auxílio emergencial para o povo.

Ocorre que, após o Congresso Nacional sinalizar na segunda feita, dia 8 de fevereiro que espera pelo retorno do benefício, também foi manifestado o desejo de que o pagamento dos recursos deveria constar fora do limite de gastos públicos, isto é, fora do teto de gastos previstos para 2021. O objetivo é evitar que as despesas fiquem acima da inflação.

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No entanto, o Ministro da Economia Paulo Guedes afirma que, caso haja de fato a prorrogação do auxílio emergencial, ele não poderá ser originado a partir de contrapartidas, ou seja, não deverá depender de aprovação de medidas de controle de gastos.

De acordo com o novo apossado da cadeira da presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o congresso poderá contar com o recurso de abrir uma “excepcionalidade temporária” dentro do orçamento anual a fim de garantir que sejam disponibilizadas novas parcelas do benefício emergencial.

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É válido lembrar que, se essa opção for o caminho a ser seguido pelo governo, é provável que incida sobre crime de responsabilidade fiscal, visto que, muito dificilmente o presidente conseguirá ficar dentro do limite do orçamento anual, visto que a necessidade do povo está acima do que, no momento, o limite para esses recursos possa pagar.

No entanto, Rodrigo Pacheco, que recentemente tomou posse da presidência do Senado, é preciso criar uma clausula de calamidade publica para originar os recursos financeiros a fim de bancar o pagamento do auxílio emergencial, isto é, de acordo com Pacheco, a urgência da situação pede que medidas extremas sejam tomadas, sem que o pagamento dependa de ajustes fiscais.

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Em uma entrevista concedida a Globo News, o novo presidente do Senado disse que o cenário econômico do país pode mudar dentro do período de três ou quatro meses, com a vacina e aumento da imunização de brasileiros. No entanto, atualmente o cenário é de urgência.

De acordo com as declarações tanto do presidente do Senado quanto da Câmara, reiteram que governo federal e o Congresso estão em fase de negociação no que se refere a maneira que se poderá incluir os gastos correspondentes a prorrogação do auxílio no “extratexto de gastos”, isto é, fora do limite do teto orçamentário de 2021.

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Isso pode ser feito com uma edição de crédito extraordinário do Orçamento.

“Só temos duas saídas: ou votamos rapidamente o Orçamento ou o governo federal vai procurar alguma forma de o Congresso excepcionalizar temporariamente (o pagamento), até que tenhamos Orçamento para votar um projeto de novo de inclusão mais acessível para a população e que traga as pessoas que estão numa situação muito difícil”, reconheceu Lira.

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Existe ainda a viabilidade de abrir exceção na emenda do teto de gastos. Para que isso ocorra, é necessário que seja alterada a Constituição. Se a via expressa for confirmada, a prorrogação do auxílio deverá ser confirmada antes da aprovação do Orçamento, que deve girar em torno de um novo programa social.

BIP

Se de fato o auxílio emergencial for prorrogado, ele deverá atender a novos critérios de concessão e terá nova abrangência, sendo que, desta vez, o objetivo não é apenas a liberação e distribuição de renda condicionada, mas, oferecer ao trabalhador uma espécie de porta de saída da dependência de benefícios concedido por políticas públicas.

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O auxílio emergencial, ao ser remodelado, deverá se chamar BIP, sigla de Bônus de Inclusão Produtiva. A abrangência será menor do que 30 milhões de beneficiários, e será responsável por atender principalmente aos cidadãos que não recebem nenhum tipo de benefícios do governo e também não trabalham de carteira assinada.

De acordo com Guedes, esse grupo de pessoas é classificado pelo governo como “invisíveis” e, para a concessão do benefício a eles, será necessário que atendam alguns critérios, como a participação em um curso de qualificação profissional e a adesão ao programa criado por Jair Bolsonaro, Carteira Verde e Amarela, onde o objetivo é a criação de empregos.

É válido destacar que, após o término do benefício emergencial em 27 de dezembro de 2020, cerca de 70% dos beneficiários estão sem receber nenhum tipo de renda e, mais de 2 milhões de pessoas ingressaram na linha da pobreza.

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