Quando o universitário deve procurar aulas de reforço?

O ingresso na universidade promove significativas mudanças nas vidas das pessoas. Essa transição pode trazer algumas dificuldades de aprendizado para os estudantes.

Falta de concentração nas aulas, menor domínio sobre determinadas matérias, baixo desempenho em provas e defasagem nos conhecimentos do ensino médio são alguns motivos que podem levar universitários a fazer aulas particulares de matemática e português como opção para vencer disciplinas desafiadoras no ensino médio, que se estendem aos cursos das universidades.

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Quando o aluno entra para um curso de nível superior, enfrenta diversos desafios pessoais, interpessoais, familiares e institucionais. Tal tema foi tratado no artigo “Dificuldades percebidas na transição para a universidade”, publicado na Revista Brasileira de Orientação Profissional.

Situações típicas desse período de transição, como a saída de casa, exigências sociais de maior autonomia, alterações nas redes de amizade e cobranças pelo bom desempenho acadêmico, podem gerar problemas em administrar o tempo de maneira adequada e dificuldades em manter o aprendizado em dia.

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Outros obstáculos foram observados em um estudo realizado com calouros de Psicologia de uma universidade da Espanha. Entre as dificuldades, receberam maior destaque a falta de tempo para cumprir as atividades relacionadas ao ensino superior, a desmotivação para estudar e fazer provas, a má distribuição das matérias ao longo da semana e a sobrecarga acadêmica.

Se o ensino médio deixou lacunas, é preciso reforçar

Em alguns casos, as dificuldades e a defasagem de conhecimento dos universitários podem acompanhá-los desde o ensino médio. Conforme o Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) de 2021, divulgado pela Secretaria de Estado da Educação em 2022, o ensino médio apresentou queda em rendimentos comparado à prova realizada em 2019.

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Segundo a pasta, 96% dos alunos do último ano do ensino médio não conseguem responder uma pergunta de matemática para identificar formas geométricas a partir de suas descrições. Os resultados também indicaram média abaixo do considerado adequado em língua portuguesa.

Segundo a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, todos os alunos brasileiros são impactados, tanto na rede pública e quanto na particular. Nesse cenário, a maioria foi prejudicada e está ingressando no ensino superior sem o devido preparo, inclusive para o mercado de trabalho.

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Dessa forma, é importante que as autoridades responsáveis se mantenham atentas ao desempenho estudantil e ofereçam ferramentas para solucionar o problema ainda durante essa fase.

Uma vez ingressado no ensino superior, aulas de reforço são opções para estudantes que encontram dificuldades nos conteúdos apresentados. Na internet, há serviços que oferecem reforço escolar, inclusive para universitários.

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Aulas particulares para evitar a desistência

O primeiro ano de faculdade, como enfatizado no estudo “Dificuldades percebidas na transição para a universidade”, é um momento de adaptação. Ele é importante e tem influência nas decisões e escolhas futuras do estudante.

As aulas de reforço podem ser ferramentas para evitar a desistência no início do curso. Elas ajudam com a organização e a assiduidade nas aulas e podem incentivar a dedicação e o comprometimento com os estudos por parte do aluno. Além disso, são maneiras de contornar eventual má orientação quanto ao conteúdo do curso, falta de alinhamento do nível do aluno com o exigido pela faculdade, entre outros fatores.

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Preparação para provas com acompanhamento

Baixo desempenho em provas ou insegurança antes mesmo de prestá-las também são motivos pelos quais o estudante universitário deve procurar aulas de reforço. Essa é uma maneira de conseguir se organizar melhor, seguir a metodologia mais adequada para cada caso e conseguir acompanhar as obras de referência necessárias para se sair bem nos exames.

As aulas particulares mantêm os alunos assíduos nos estudos e em constantes revisões para encarar o período de provas. Buscar ajuda para estudar as disciplinas nas quais se tem mais dificuldade, portanto, é uma forma de ser auxiliado por alguém mais experiente e garantir preparo.

Programas de reforço nas universidades

Os dois anos de aulas remotas no ensino médio, devido à pandemia, levaram a lacunas em conhecimentos básicos, que precisam ser preenchidos por universidades com programas, tutorias e disciplinas extras de reforço.

Iniciativas implementadas em algumas instituições de ensino superior incluem ainda estudantes que entraram na universidade durante a crise sanitária, como reforça o pró-reitor adjunto de Graduação da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Neira, em entrevista à imprensa.

A USP investiu R$ 3 milhões em um programa de tutoria para recuperar conhecimentos. Neira destaca que o reforço é direcionado tanto para os alunos que chegam agora quanto para quem já está no curso. As tutorias abordam desde temas básicos, como leitura acadêmica, até aqueles mais complexos, de disciplinas já cursadas.

O diretor de Graduação do Instituto de Pesquisa e Ensino (Insper), Guilherme Martins, avalia que a pandemia não trouxe problemas novos, mas sim amplificou os já existentes. De acordo com ele, na primeira semana de aula, os calouros passam por testes de conhecimentos centrais do ensino médio.

Caso fiquem abaixo do esperado, são encaminhados a classes de reforço e monitorias. Ele observa que, nos últimos dois anos, a taxa de estudantes que precisam do reforço dobrou, mesmo com candidatos oriundos de excelentes escolas.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) criou o projeto “Semestre zero”, com matérias introdutórias para ingressantes de 2022. As disciplinas abordadas foram produção de textos acadêmicos; leitura de textos acadêmicos em inglês; direitos humanos; e fundamentos da matemática e estatística.

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