O Ministério da Educação (MEC) analisa a possibilidade de cancelamento do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2021, por causa das limitações causadas pela pandemia Covid-19.
Se a suspensão acontecer, será inviável implementar a nova forma de ingresso ao ensino superior prometida pelo governo: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seriado.
No projeto inicial, estudantes que, em 2021, estivessem na 1ª série do ensino médio poderiam usar as notas do Saeb deste ano, de 2022 e de 2023 (média entre elas) para pleitear uma vaga na universidade em 2024.
O que é o Saeb?
O Saeb é composto por provas de língua portuguesa e de matemática, aplicadas a cada dois anos para os alunos das redes pública e privada do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio.
O objetivo principal da prova será mensurar o aprendizado dos estudantes para, a partir dos resultados, elaborar políticas públicas. As provas compõem outro importante “termômetro” da educação brasileira: o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que inclui também os índices de aprovação escolar.
Ampliação do Saeb
Em 2020, o MEC anunciou a ampliação do Saeb, com as seguintes mudanças:
- Estudantes de todos os anos passariam a ser avaliados (de forma gradual);
- As avaliações ocorreriam anualmente e incluiriam as quatro áreas de conhecimento, não só português e matemática;
- A partir de 2021, as notas seriam usadas no Enem seriado.
Possíveis soluções
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou que a pandemia realmente inviabilizaria a aplicação do Saeb para todos. Uma alternativa, segundo ela, seria eleger amostras dos alunos.
Ainda segundo ela “Seria impossível colocar todos os estudantes na sala de aula. Mas uma prova amostral poderia ajudar a ter um diagnóstico, em fevereiro de 2022, dos problemas centrais na aprendizagem”. “Sou contra calcular o Ideb neste ano, mas a favor do Saeb para alguns grupos, sem indicação de escolas e municípios nos resultados. É importante para orientar o que deverá ser feito e para não perder a série histórica de dados.”
Em breve o Ministério da Educação (MEC) deverá um posicionamento a respeito das referidas provas.