Como a Taxa Referencial afeta seu FGTS, poupança e investimentos?

A Taxa Referencial foi criada, na década de 1990, para ser uma taxa de juros de referência. A intenção era que ela servisse de parâmetro para os juros praticados no Brasil naquela época, marcada pelo descontrole inflacionário que precedeu o Plano Real (e depois, a estabilização econômica). Era um papel semelhante ao que a taxa Selic exerce atualmente.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia (Selic) para 9,25% ao ano, trazendo de volta a Taxa Referencial (TR).  Zerada desde 2017, ela impacta o rendimento da caderneta de poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mas encarece alguns tipos de financiamento imobiliário.

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Economistas acreditam que o impacto da Selic na Taxa Referencial surge quando a primeira ultrapassa os 8,5%. Embora a notícia seja boa para quem poupa dinheiro, ela é ruim para quem tem alguns contratos de financiamento da
casa própria.

O Banco Central define a Taxa Referencial diariamente com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional. O ritmo dos juros desses papéis nos 30 maiores bancos do país, nos últimos cinco dias do mês, são a base para calcular a TR. Por variarem de acordo com a Selic, eles impactam a taxa.

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O impacto prático da mudança só será sentido a partir de janeiro. “Vai disparar o gatilho da TR e vamos ter uma elevação, mas só a partir do mês que vem, quando sai a taxa mensal”, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

A caderneta de poupança atualmente tem rentabilidade de 0,5% ao mês mais TR. A partir do próximo mês, quem poupa dinheiro poderá a ver a diferença no retorno. Vale lembrar que, pela regra, a poupança rende o equivalente a 70% da taxa básica mais TR quando a Selic está abaixo de 8,5%.

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Para trabalhadores que têm dinheiro nas contas do FGTS, o aumento na TR também significa mais rendimento. O Fundo de Garantia rende 3% ao ano mais que a TR. Também é possível que o lucro distribuído anualmente fique maior.

A mudança na taxa também afeta financiamentos imobiliários que estão ligados a ela. As parcelas de contratos de imóveis que fazem parte do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), da Caixa Econômica Federal, ficarão mais caros com a volta da Taxa Referencial.

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