Como o Coronavírus impacta na economia e como lidar com isso? – Por Hélio Laniado

Ficou claro para todos que a epidemia de Coronavírus, ou também conhecida como Covid-19, veio para mudar praticamente tudo que conhecíamos como convívio, interação social, consumo e etc.

Sua alta escala de infectados e mortos acabou afetando quase que todos os países do globo, fazendo com que a economia destes fosse afetada de uma forma bem drástica, afinal, a grande maioria dos serviços foram interrompidos.

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Ações e PIB dos países estão sofrendo quedas bruscas em escalas quase nunca antes vistas pelas pessoas. Muitos analistas enxergam esta situação como uma da maiores, senão a maior crise econômica que o mundo moderno já passou. 

Com isso, muitas preocupações e dúvidas estão surgindo dia após dia. Mas, há quem enxergue esta situação como uma forma de oportunidade, afinal, com ativos mais baratos, alguns ficam mais acessíveis para os investidores de varejo.

Enfim, o fato é que esse momento necessita de muita análise e tranquilidade, para começarmos a entender o que está acontecendo e para onde esse acontecimento irá nos levar. 

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Por isso, criamos este artigo para esclarecer todos os pontos importantes acerca da Covid-19 e o seu real impacto na economia, não só do mundo, como particularmente a economia brasileira. 

Então veja a seguir e tire todas suas dúvidas sobre isso com nosso especialista de investimento e economia Hélio Laniado. Fique atento e descubra tudo sobre esse assunto que toma cada vez mais nosso dias.

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O que é o Coronavírus?

Antes de qualquer análise econômica sólida, é preciso entendermos o que é de fato o coronavírus e como conseguimos nos livrar dele, da forma científica e social. 

Sem entrarmos muito na questão econômica, por hora. 

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Por se tratar de uma doença relativamente nova, e muito contagiosa, todos estavam e ainda estão suscetíveis a contraí-la de alguma forma. Seja na interação no trabalho, transporte, lazer ou até mesmo dentro do seu lar. 

E, com isso é quase que fatal que praticamente todos irão contrair a doença. Haverá aqueles que não apresentarão sintomas, outros que sentirão algum incômodo, e infelizmente, aqueles que irão sofrer muito e até morrer por isso. 

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O alto contágio desta doença se dá também pelo fato de o vírus ter uma incubação de até 8 dias dentro do contagiado. Ou seja, mais de uma semana depois é que a pessoa poderá sentir algum tipo de sintoma, e mesmo assim, metade ainda pode não saber que contraiu.

Com isso, esse tipo de pessoa pode passar o vírus sem nem menos saber que está contaminado, aumentando assim o nível do contágio em um grau altíssimo de periculosidade. 

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Outro fator é como ele pode ser transmitida. Seja pela saliva, tosse, ou até mesmo por encostar em uma superfície contaminada e depois levar a mão à boca, nariz e olhos.

Apesar disso, 97% das pessoas infectadas conseguem viver, criando assim anticorpos para que possa ficar imune ao vírus e que também parem de transmití-lo.

Logo, a forma encontrada para que essa contaminação aconteça na menor velocidade possível é fazendo o isolamento social, que consiste em colocar o maior número de pessoas dentro de casa e evitar aglomerações.

Essa solução teve início na China, na cidade onde o Coronavírus teve origem, Wuhan, que sofreu um lockdown completo para deter o avanço da doença. 

Mas, esse isolamento social pode trazer graves consequências a vários ramos comportamentais e da economia, segundo explica o especialista Helio Laniado:

“Um isolamento quase que total de um país, deixando apenas os serviços essenciais em funcionamento, pode causar muito prejuízo, principalmente na área do comércio e serviços  em geral. Com isso, muitos empresários poderão quebrar, numa crise de insolvência e  causando um aumento no drástico no desemprego”, comentou. 

Como a COVID-19 está impactando na economia do mundo

Com o isolamento social, muitos serviços tiveram que ser paralisados, causando assim grandes ondas de demissões em todo o mundo Com isso, a economia começou a sentir os impactos já no consumidor final. 

Segundo Hélio Laniado, esse impacto vai causar danos que só serão reparados depois de muito tempo dependendo do país. “É um processo muito nocivo às economias, colocar as pessoas em casa causa um efeito dominó começando pelo comércio e em seguida afetando indústrias e serviços em geral”, comentou. 

Com tudo isso, o Produto Interno Bruto (PIB) dos países terá uma queda significativa na estimativa de crescimento no ano de 2020 e reflexos em 2021. Uma consequência grave disto é o fato dos países terem menos caixa para investir em áreas de infraestrutura, como segurança, educação e, principalmente neste momento, sáude. 

Veja a seguir no gráfico a estimativa de queda do PIB dos países mais afetados com a pandemia do coronavírus no mundo, incluindo o Brasil. 

Como pode se observar, a Itália  tem a maior projeção de retração no PIB, e isso está diretamente ligado ao fato de que o país foi um dos mais atingidos pela Covid-19 no mundo, com a estimativa de até agora um número acima de 220.000 infectados e 30.000 mortos pela doença. 

Em segundo lugar, vem o Reino Unido, com uma estimativa de queda de 4,9%, seguido bem de perto da Espanha (4,8), Alemanha (4,6), França (4,5), China (4,3) e o Brasil fecha os 7 primeiros colocados desta triste lista, com uma estimativa de queda de 4,2% do PIB no ano de 2020.

“É uma estimativa muito preocupante, sobretudo no ponto de vista do Brasil, isso porque o país já vinha de uma crise econômica e agora vai tomar outro golpe duro o que fará com que a recuperação seja mais longa do que o esperado”, comentou Hélio.

E continua, “ainda que alguns economistas insistam na recuperação em “V”, com uma aceleração forte do PIB após a volta ao normal, em 2021, ainda acho cedo para poder afirmar, embora torça muito para isso ocorra”.

Outro ponto a se destacar  neste gráfico é que os EUA, que é hoje o país com maior número de casos confirmados, sofrerá “apenas” 3,5% de queda em seu Produto Interno Bruto. Isso também se deve a economia americana ser a maior do mundo e ter uma classe consumidora muito forte e não depender tanto de vendas externas.

Economia Brasileira e o Coronavírus

Vamos agora focar mais para a questão da economia brasileira, como ela está sendo afetada e quais os setores mais atingidos. Como se viu, a estimativa de queda do PIB brasileiro está em níveis preocupantes, com isso, o mercado está cada vez mais receoso. 

O primeiro indicador que vamos comentar é a real queda no faturamento dos comércios, que sem dúvidas, foram o segmento mais afetado nesta pandemia. Veja a seguir o gráfico dos cartões Elo, comparando os meses de março e abril. 

Como é possível observar, houve uma queda muito grande no faturamento dos cartões,  tanto do débito e, principalmente no crédito..

Hélio Laniado explica que essa queda poderia ser ainda maior. 

“Se não tivéssemos o advento das compras online, delivery de restaurantes e serviços, entre outros, essa queda seria muito maior e catastrófica, causando assim um impacto muito mais negativo à economia”, comentou o especialista. 

Este gráfico acompanha um padrão onde, entre os dias de 23/03 e 28/03 a queda chegou em 50%, justamente no período onde as quarentenas estaduais e municipais ao redor do Brasil, começaram a ser implementadas. 

“Neste período, as pessoas ficaram mais assustadas, com a situação nova e  todos acabaram por ficar mais isolados e conservadores em seus gastos. A questão dos fechamentos dos centros comerciais também refletiram nesses números”, analisou Hélio. 

Já neste gráfico, se percebe que muitos setores tiveram uma queda maior no seu faturamento. O setor de vestuário foi o que mais sentiu este reflexo, tendo uma queda de 90% em seus indicadores. 

“A grande maioria da lojas de roupas estão alocadas em centros comerciais, quer sejam de rua ou fechados, com o seu fechamento esse setor sofreu muito. Já o setor de turismo, quer seja o aéreo, terrestre, hotéis e pacotes também sofre bastante. Estes números tendem a subir se a pandemia continuar”, relatou Hélio. 

Indo na contramão, as farmácias e supermercados tiveram um crescimento considerável, e isto, claro, é devido a estes serviços serem considerados essenciais. Segundo Hélio Laniado isso é positivo para parte da economia.

“Apesar de tudo, as farmácias e principalmente os supermercados, estão conseguindo, ao menos, manter  seus faturamentos, fazendo com que vagas de emprego se mantenham, ou até, em alguns casos, como logística, cresçam para suprir  aumento da demanda”, comentou. 

Outro setor que vem crescendo dentro da pandemia é o do comércio eletrônico, que está contratando bastante pessoas para tomar a linha de frente desta área. Nisso podemos incluir áreas como marketing place e varejistas, que estão buscando profissionais nas áreas de logística, marketing digital, produto e até pessoas que entendem de softwares.  

Este gráfico apresenta mais uma vez a relação da queda do PIB, porém em números mensais.

Além disso, é acrescentada a informação da taxa de desemprego que pode chegar em junho em 15,8%. 

“Sem dúvida é um número muito alto, mas este é o padrão que todos os outros países estão passando neste período, infelizmente os números só poderão ser revertidos com a reabertura gradual da economia, conjugada com dado científicos relacionado a doença”, comentou Hélio. 

Como driblar a crise econômica?

Agora que temos uma ideia do cenário econômico atual devido a crise do coronavírus, precisamos saber como lidamos com essa crise, quais medidas adotar, como agir sem comprometer sua renda e como se projetar para o futuro. 

Por isso, o especialista em investimentos e finanças Hélio Laniado traçou algumas estratégias que podem ser tomadas em vista de minimizar o grande impacto que o coronavírus pode trazer. 

Claro, apesar de intenso, o coronavírus é novo, logo, fica difícil fazer alguma projeção ou traçar caminhos mais precisos sobre o que o futuro reserva. Porém, pode-se tomar algumas atitudes para se blindar ao máximo dos danos.

A primeira delas é estar totalmente preparado para as mudanças que virão. E acredite, não serão poucas, e atingirão praticamente todos os setores da sociedade como um todo. Isso porque o momento não é de se acomodar. 

“É necessário saber que as empresas terão que mudar muitas de suas formas de trabalho, além das mudanças de comportamento pessoal e corporativo que acontecerão na volta ao novo “normal”. Por isso, deve-se estar atento a todos os movimentos do mercado”, comentou Hélio Laniado

O especialista ainda destaca que quem souber resistir e se adaptar ao que está por vir, com certeza terá muito mais chance de prosperar.

“Não tem como saber como o mercado vai reagir nas questões relativas a renda, endividamento e liquidez, por isso, se faz necessário um  processo de adaptação e compreensão da nova realidade”, destacou. 

Outra atitude fundamental a se tomar neste caso seria a de se capacitar. Estudar, aprender mais, ler, trocar experiências e pesquisar mais sobre o mercado e a área do seu interesse pode ser uma forte arma para souber como lidar nos momentos mais difíceis.

“Se preparar intelectualmente para o que pode surgir no novo mercado é, de certa forma, se blindar de qualquer tipo de imprevisto e dificuldade que será imposta para o empresário mais para frente”, disse Hélio Laniado. 

Conclusão 

O coronavírus é um evento que mudará tudo. Sem dúvidas, nossas vidas estão transformando momentaneamente e, se espera que alguns hábitos novos perdurem. E, quem não assimilar ou se preparar para isso, passará por dificuldades. É tudo uma questão de análise da história e dos fatos que causaram ruptura nas sociedades ao longo dos anos.

Além disso, o mundo como um todo está prestes a sofrer uma queda em termos econômicos.  Como demonstrado nos gráficos mais acima, a economia mundial está sofrendo  bastante com o isolamento social e isso ainda perdurará. 

Falando também especificamente no Brasil, como mostramos nos gráficos, o cenário não é muito animador. Outro fator que agrava mais ainda a situação, é que o país já vinha enfrentando uma crise econômica interna desde 2015 e a recuperação leve de 2019 apontava para algo mais consistente em 2020, o que não ocorrera e frustrou as perspectivas do governo brasileiro, analistas e investidores em geral.

“É claro que essa crise do coronavírus é muito grave, mas, não podemos esquecer que o Brasil já estava enfrentando sua crise interna, logo, isso só piora o cenário, fazendo com que fiquemos mais atentos”, comentou Hélio. 

O Brasil e os brasileiros terão que lidar com isso da melhor forma possível. Então, uma boa dica é tentar não se endividar e planejar os gastos de forma inteligente. Ser responsável e atento será fundamental para que essa situação impacte o menos possível nos bolsos e economias. 

Conclui-se então que estamos passando por um momento que será necessário muita cautela e força, para que possamos passar por este momento da melhor forma possível. Essa crise poderá causar grandes estragos na economia mundial, fazendo com que as pessoas sofram danos permanentes em seus status econômicos.

“Todos sairemos pais pobres desta situação e devemos nos ajudar para que os danos sociais não sejam extremamente sofridos para os mais pobres e menos assistidos”, conclui Hélio Laniado.

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